terça-feira, 30 de março de 2010

“Filhinho da Mamãe”


Dias atrás conversei com um jovem, às vésperas de completar 18 anos, e que estava em busca de um emprego. Fiquei intrigada ao ver que o jovem estava esperando pelo seu pai para utilizar da sua influência e conseguir o tal emprego. O que me chamou a atenção é que este jovem não estava interessado em buscar uma colocação de trabalho pelos seus próprios méritos como conhecimento, iniciativa, simpatia, inteligência, disposição e honestidade.
Muitos jovens e, porque não dizer adultos, tem dificuldades em enfrentar o mundo. Provavelmente porque desde pequenos foram super protegidos pelos seus familiares. Na hora de fazer determinada lição da escola um pouco mais difícil, eram os pais que faziam. Nunca delegaram pequenas tarefas aos filhos, como ir até um comércio, um banco, diziam que era “perigoso”. Pais que sempre fizeram questão de levar e buscar o “filhinho” na escola, impedindo que o mesmo, pelo menos de vez em quando, fosse sozinho. O simples ato de acordar o “filhinho” para ir até a escola ainda é a mamãe quem faz, e não o despertador. Tem ainda aqueles pais que acham que seus filhos nunca fizeram nada de errado na escola, é sempre culpa dos professores ou dos outros colegas. E pequenas tarefas domésticas que nunca são delegadas aos filhos, como lavar e secar uma louça, e que são importantes para a formação da personalidade. Estes pequenos detalhes é que muitas vezes tornam as crianças adultos, ou quase adultos, com medo de enfrentar este mundo real e continuam da dependência dos seus pais. Felizes aqueles que podem contar com os pais por muitos e muitos anos.
Minha mãe sempre disse que criamos os nossos filhos para o mundo e não para nós mesmos. Este ensinamento passo para os meus filhos também. Sempre procuro mostrar para eles os problemas do dia-a-dia que os adultos enfrentam, afinal a vida é assim. Procuro esconder quase nada. Se eles sempre pensarem na vida sem problemas (o que é uma grande mentira), no primeiro obstáculo se mostrarão fracos, incapazes e incompetentes para agir. Ao mesmo tempo fico com um sentimento de pena destes pequenos “super protegidos”, pois agora tudo é lindo e maravilhoso. E depois ???