sábado, 13 de março de 2010

Talentos

Nesta semana assisti a um programa na televisão sobre o município de Lavras-MG, que possui aproximadamente 100 mil habitantes, e fundou em 1993 o CEDET (Centro de Desenvolvimento do Potencial e do Talento) uma iniciativa da prefeitura municipal, apoio técnico e civil da Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento (ASPAT). Aliás, já foi implantado em outros municípios do país como Palmas-TO, Sete Lagoas-MG, Vitória-ES e São José dos Campos-SP.
Estes centros objetivam desenvolver nos jovens estudantes, da rede pública e particular, seus talentos nas áreas da música, línguas, ciências, artes, etc., ou seja, naquilo que pode acrescentar para a sua vida produtiva e engloba os seus três mundos: a escola, a família e a comunidade.
Achei muito interessante. Primeiro porque ocupa o aluno durante o período que não está freqüentando a sala de aula, evitando que fique desocupado e, muitas vezes, pensando e fazendo bobagens. Segundo a fundadora do CEDET, Zenita Guenther, os jovens que julgamos que "não são" talentosos, desviam sua inteligência e capacidade em atividades que não são corretas, como o mundo das drogas que, inicialmente, lhes oferece conforto, luxo, dinheiro, valorização, desafio, estímulo, etc. Depois, é claro, termina com a sua vida.
Em segundo lugar, a oportunidade do jovem desenvolver um determinado talento, que muitas vezes pode ficar escondido durante toda a vida, como o dom para a música, arte, ciências, cálculo, línguas, etc. Muitas vezes os pais e professores não percebem determinados jovens que não se saem muito bem em algumas disciplinas mas se destacam em outras. Justamente estes alunos podem ser mais bem trabalhados nas áreas de sua preferência e talvez tornar-se um grande talento. Segundo depoimentos dos próprios alunos do CEDET de Lavras, com este incentivo tornaram-se filhos e alunos melhores, inclusive melhorando o rendimento nas outras disciplinas que não se saíam muito bem.
Outro grande benefício que pude perceber é o engajamento da comunidade, desde a criação do Centro até o voluntariado em ministrar as oficinas. Foram entrevistados talentos jovens descobertos pelo CEDET e que agora ministram oficinas para os pequenos.
É claro que os municípios que já possuem centros como o CEDET são grandes, com mais recursos que os nossos da região. Mas porque não sonhar com um CEDET ou algo parecido por aqui, e talvez tornar nossos jovens grandes cientistas, músicos, artistas, escritores, etc.
Não sou educadora. Tenho outra profissão. Porém, como cidadã observo que os jovens estão muitas vezes deixando de se interessar por coisas que não sejam a "balada", bebidas, drogas, jogos e sites de relacionamento na internet. Quantos jovens gostam de ler livros, quantos tocam um instrumento musical, quantos sabem realizar algum trabalho artístico, quantos adoram ciências, matemática ou línguas? São raros.
Acho que os governantes deveriam deixar de se preocupar tanto com a política, com o favorecimento próprio e dos seus partidários e com a mesmice da suas obras e pensar mais na educação dos seus jovens. Não posso generalizar, pois trabalhos estão sendo feitos na nossa região, mas ainda estão engatinhando.
Na verdade, para muitos governandes é melhor assim como está, pois quanto menos cultos, mais votos podem comprar, mais eleitores podem manipular. Que a verdade seja dita!

Nova fase da vida

Esta semana entrei na idade dos "enta" e, de acor
do com minha tia que me ligou para dar os pa
rabéns, de agora em diante, até completarmos cem anos, se tivermos muita sorte é claro, ficaremos sempre nos "enta": quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta e noventa.
Felizmente estou entrando nos "enta" com a felicidade de ter dois filhos saudáveis, um marido especial, ter meus pais vivos e perto de mim, ter feito um curso universitário, pós-graduação e MBA, ter conhecido alguns lugares bem interessantes e ter um trabalho digno.
Mas não é tão simples assim. Ao nos darmos conta desta nova fase nos perguntamos se realmente fizemos e construímos tudo aquilo que se espera que uma pessoa com quarenta anos tenha feito. E daí ficam as dúvidas: e seu tivesse feito outro curso superior, e se não tivesse me mudado de determinada cidade que estava morando, e se eu tivesse feito tal coisa, etc. Talvez daí eu não seria a pessoa que sou, com todas as minhas experiências, conhecimentos, amizades, com meu companheiro ou com meus filhos. Será que eu seria mais feliz, qual profissão teria?
Na verdade não escolheria outra família. Sou muito feliz com ela. Mas outras coisas certamente não faria igual, jamais! Não que eu me arrependa, mas fazer aquele curso na faculdade, não. Descobri que não combina comigo apenas dez anos depois de formada. Apesar de ter aprendido muito durante os quatro anos de curso e ter tido uma turma de amigos espetacular.
Estou aprendendo que tudo o que acontece é o resultado das escolhas que fazemos em algum momento da nossas vidas e o que temos é a conseqüência delas. Mas, aprendi também que muita coisa pode mudar, apesar de estarmos fazendo "enta" anos. Ainda podemos aprender aquela atividade que sempre tivemos vontade, freqüentar aquele curso dos sonhos, fazer esportes, ler aquele livro, fazer aquela viagem, morar naquele tão sonhado lugar....Descobri que nunca é tarde.
Só que às vezes o pique não é o mesmo dos vinte anos, mas temos a possibilidade de fazer estas coisas com mais prazer e com mais sabedoria.
Nestas horas ter recursos financeiros é muito bom, mas de que adianta se não pudermos ter um bom convívio com a família, com os amigos, ter saúde, saber viver? Com certeza não adianta para nada. O que importa na verdade é saber viver, amar, buscar desenvolver o intelecto, cultivar amizades, fazer aquilo que realmente dá prazer. E muitas pessoas só descobrem isto tarde demais.
É legal chagarmos aos "enta" e dizer tenho isso, tenho aquilo, etc. Mas, o mais importante é sabermos o tipo de pessoa que fomos, o que realmente deixamos para os outros (não me refiro aos bens materiais), que tipo de ações fizemos para as pessoas que estão ao nosso redor. É como disse antes, nunca é tarde para mudar!!!

Qualidade de Vida

Já morei em dez cidades diferentes, sejam elas capitais, de porte médio e de porte pequeno. Moro em Arvorezinha há dez anos e gosto muito daqui. Na verdade, devido às circunstâncias precisei me acostumar com ela e agora pretendo não deixá-la. Já me considero uma cidadã arvorezinhense.
É claro que morar aqui, uma cidade com cerca de dez mil habitantes, tem suas desvantagens, como a falta de opções de lazer, de gastronomia, de cultura, dificuldade para adquirir alguns produtos e recursos médicos. Eu também sinto a falta do mar, da praia, pois sempre sonhei em abrir a janela da minha casa e ter o mar para ver todos os dias.
Porém, morar em cidades pequenas tem grandes vantagens em comparação com as grandes cidades, principalmente em relação a qualidade de vida proporcionada. Não tem preço chegar ao trabalho em cinco minutos, e isto só dá valor quem já precisou tomar três conduções diferentes e levar quase duas horas de viagem. Outra coisa legal é almoçar com a família todos os dias da semana, apesar do tempo ser curto. Cidades pequenas também tem índices baixos de violência, o que é muito bom para criar os filhos, principalmente as crianças, e ter a possibilidade de morar em uma casa, ao invés de trancafiado em um apartamento.
Na verdade precisamos aprender a viver em uma cidade tão pequena e com tão poucas opções. Felizmente hoje existe a internet que nos dá condições de igualdade para comprarmos o que quisermos como se estivéssemos em qualquer lugar do mundo, como livros, cd´s, ou outros produtos que por aqui não se encontra. Em relação ao lazer, gastronomia diferenciada, recursos médicos, buscamos em outras cidades próximas.
Gostaria muito que Arvorezinha ganhasse, com a conclusão do asfalto até Soledade, mais opções, até mesmo para os jovens que hoje precisam se concentrar nos postos de gasolina. Aliás, esta opção também já está terminando, devido a movimentação e ao excesso de barulho que incomoda os vizinhos destes locais.
Outra coisa que sinto falta por aqui é uma praça, um parque para lazer, para as crianças brincarem, andarem de bicicleta e os adultos se reunirem, com muitos bancos, árvores, etc. Muitas vezes nos deslocamos até a praça de Ilópolis, e encontramos muitos moradores de Arvorezinha por lá, porém não é uma opção que todos tem acesso. Isto também faz parte da qualidade de vida de uma cidade.
Dentre as vantagens e desvantagens das cidades grandes e pequenas, fico com as pequenas, é claro, fazendo algumas mudanças e fico na torcida que somente as coisas boas cheguem por aqui!

"Aborrescência"


Adolescência. Aquela fase impossível, da rebeldia. Eu, particularmente, fui uma
adolescente rebelde. Os pais querendo educar e os filhos contrariar. Parece
que nada tá bom. Namoros, festas, amigos são o assunto principal. O estudo muitas vezes é deixado em segundo plano.
Simplesmente os adolescentes, ao menos a grande maioria, ignoram os anos de sabedoria dos seus pais e preferem fazer tentativas, cometer erros e, algumas vezes, aprender com eles. Parece que isto nunca vai mudar, a diferença é que agora é tudo mais precoce, pois um jovem com 12 anos já pode ser considerado adolescente. Achei uma fase bem bacana e acho legal que todos os jovens tenham a oportunidade de vivenciar com intensidade. Eu vivi a minha e não me arrependo. Porém, acho que muita energia desperdiçada com a rebeldia ou com coisas fúteis pode ser canalizada para o esporte, leitura, estudos, etc. Os pais querem passar esta lição aos filhos, mas geralmente não conseguem, ou pela falta de experiência, conhecimento e paciência ou pelo excesso de rebeldia do filho. E, por incrível que pareça, mais tarde, este mesmo jovem vai se dar conta que os pais sempre tem razão. É o nível de maturidade que vai determinar quando isto vai acontecer, quanto mais cedo melhor. Geralmente no auge da adolescência, principalmente quando os amigos oferecem bebidas, drogas ou então dirigem veículos com irresponsabilidade, a cabeça do jovem deve estar muito bem estruturada para saber dizer o não e não se influenciar pelo momento. Daí vem a educação recebida e os valores passados, a conversa, a estrutura familiar. Os pais nunca desejam o pior para os filhos, ao menos não deveriam. Mas falta a maneira certa de passar este seu melhor. E falta aos jovens a perspicácia em saber que seus pais já viveram muito e que certamente o que estão dizendo está correto. Apesar dos tempos terem evoluído, o amor e a experiência de vida dos pais permanece sempre igual. Melhor ainda quando estes pais também souberam aproveitar a sua adolescência e souberam tirar lições proveitosas desta fase.
Então aí vai a minha sugestão: pais deixem seus filhos curtir esta fase que é única e não volta nunca mais, mas sejam amigos dos seus filhos, dando apoio e orientação nas suas dúvidas e questionamentos. Filhos, tenham uma adolescência feliz, saudável e contem sempre com aqueles que, com certeza, querem o melhor para vocês.

Valores

O mundo evolui a cada dia. A informática, a robótica, o surgimento de veículos cada vez mais potentes, etc. Porém, o básico não muda. Ao menos não deveria mudar. São os valores que os seres humanos precisam para serem felizes e tornarem a vida das outras pessoas felizes.
Apesar de o assunto felicidade estar ultrapassado, sabemos que é busca diária de todos nós, seres humanos. Na verdade, a felicidade tem significados diferentes para cada ser humano. Enquanto para uns a felicidade representa dinheiro, para outros representa o status, para os doentes a saúde, para os órfãos a família, para os desempregados um emprego digno e, para muitos que já tem tudo isto, pode representar qualquer outra coisa. Para mim a felicidade representa ter um trabalho, um lar, uma família que te ampara, amigos, saúde, o abraço de um filho, ou seja, pequenos valores que somente valorizamos quando perdemos. Felicidade são os pequenos momentos felizes do dia-a-dia que tornam os nossos dias melhores. Acredito que na trajetória de vida de cada ser humano nos são apresentados caminhos, os quais decidimos qual seguir. Esta escolha deve ser planejada, já que pode mudar a nossa vida de maneira crucial. Assim, podemos dizer que nós, seres humanos, somos donos do nosso próprio destino. É fundamental que os pais orientem e eduquem seus filhos para que possam construir a sua própria felicidade, para que tenham discernimento para optar sempre pelo melhor caminho, seja através dos estudos, do respeito e valorização à família, da honestidade, do trabalho, da espiritualização. Muitos jovens ficam perdidos e não podem contar com o apoio e a amizade dos pais ou da família, partindo então para caminhos obscuros. Às vezes é possível fazer o retorno e começar uma nova vida, com a sabedoria que este insucesso proporcionou. Porém, muitas vezes este recomeço não existe. Não é possível voltar atrás. Daí vem o arrependimento. Casamentos infelizes, vícios, desemprego, prática de delitos, violência, etc., são as conseqüências destas escolhas. Muitas famílias humildes, até mesmo com pouco estudo, educam seus filhos de maneira exemplar, esforçados, honestos e que conseguem construir um futuro brilhante. Ao mesmo tempo em que muitas famílias com boas condições financeiras e com certo grau de cultura, criam filhos de caráter duvidoso. A grande diferença é a educação e os valores que são repassados para estes jovens. É a orientação para trilhar este ou aquele caminho. Os pais não precisam saber tudo nesta vida. Porém, muitos estão equivocados ao eleger certos valores como fundamentais para a vida. Não importa. Só o tempo dirá. O que importa é o básico, não muda nunca.