sábado, 13 de março de 2010

Nova fase da vida

Esta semana entrei na idade dos "enta" e, de acor
do com minha tia que me ligou para dar os pa
rabéns, de agora em diante, até completarmos cem anos, se tivermos muita sorte é claro, ficaremos sempre nos "enta": quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta e noventa.
Felizmente estou entrando nos "enta" com a felicidade de ter dois filhos saudáveis, um marido especial, ter meus pais vivos e perto de mim, ter feito um curso universitário, pós-graduação e MBA, ter conhecido alguns lugares bem interessantes e ter um trabalho digno.
Mas não é tão simples assim. Ao nos darmos conta desta nova fase nos perguntamos se realmente fizemos e construímos tudo aquilo que se espera que uma pessoa com quarenta anos tenha feito. E daí ficam as dúvidas: e seu tivesse feito outro curso superior, e se não tivesse me mudado de determinada cidade que estava morando, e se eu tivesse feito tal coisa, etc. Talvez daí eu não seria a pessoa que sou, com todas as minhas experiências, conhecimentos, amizades, com meu companheiro ou com meus filhos. Será que eu seria mais feliz, qual profissão teria?
Na verdade não escolheria outra família. Sou muito feliz com ela. Mas outras coisas certamente não faria igual, jamais! Não que eu me arrependa, mas fazer aquele curso na faculdade, não. Descobri que não combina comigo apenas dez anos depois de formada. Apesar de ter aprendido muito durante os quatro anos de curso e ter tido uma turma de amigos espetacular.
Estou aprendendo que tudo o que acontece é o resultado das escolhas que fazemos em algum momento da nossas vidas e o que temos é a conseqüência delas. Mas, aprendi também que muita coisa pode mudar, apesar de estarmos fazendo "enta" anos. Ainda podemos aprender aquela atividade que sempre tivemos vontade, freqüentar aquele curso dos sonhos, fazer esportes, ler aquele livro, fazer aquela viagem, morar naquele tão sonhado lugar....Descobri que nunca é tarde.
Só que às vezes o pique não é o mesmo dos vinte anos, mas temos a possibilidade de fazer estas coisas com mais prazer e com mais sabedoria.
Nestas horas ter recursos financeiros é muito bom, mas de que adianta se não pudermos ter um bom convívio com a família, com os amigos, ter saúde, saber viver? Com certeza não adianta para nada. O que importa na verdade é saber viver, amar, buscar desenvolver o intelecto, cultivar amizades, fazer aquilo que realmente dá prazer. E muitas pessoas só descobrem isto tarde demais.
É legal chagarmos aos "enta" e dizer tenho isso, tenho aquilo, etc. Mas, o mais importante é sabermos o tipo de pessoa que fomos, o que realmente deixamos para os outros (não me refiro aos bens materiais), que tipo de ações fizemos para as pessoas que estão ao nosso redor. É como disse antes, nunca é tarde para mudar!!!

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